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Confirmado: A humanidade está doente.

02 dez

Sim. Sem sombra de dúvidas, estamos todos doentes com toda essa alienação resultante da tecnologia, do sensacionalismo e da mídia no geral, que nos proporciona momentos diferentes, excitantes e bem inovadores, mas ao mesmo tempo, nos impede de viver a vida como ela deveria ser vivida.

No dia 30 de Novembro de 2013, o ator norte-americano Paul Walker, de 40 anos, morreu após um acidente de carro em Los Angeles. Paul e seu amigo saíam de um evento beneficente criado e realizado pelo próprio ator, quando o carro em que estavam, um Porsche dirigido pelo seu amigo, colidiu contra uma árvore e um poste e ficou completamente destruído, matando os dois na hora. O carro incendiou logo depois, e mais tarde, com a chegada dos bombeiros, a morte dos dois estava confirmada. A morte do ator chocou muita gente (familiares, fãs, atores e cantores amigos de Walker). Paul ficou famoso por protagonizar quase todos os filmes da série Velozes e Furiosos e ainda outros filmes de ação interessantíssimos, como No Rastro da Bala, Perseguição e A Vida e A Morte de Bobby Z.

Recentemente, Tyrese Gibson, ator de Velozes e Furiosos e grande amigo de Walker, resolveu visitar o local do acidente e deixar flores para o amigo. Tyrese ainda fez questão de levar uma pequena parte dos destroços do acidente e guardar consigo. A visita do ator foi filmada e postada no youtube, e o que se vê, é mais uma prova do quanto a humanidade está doente.

Tentem ver por esse lado: Paul Walker, um homem cuja carreira era a atuação em cinema, morre. Seu amigo, outro ator famoso, vai até o local do acidente deixar uma entre centenas de flores que ficaram no local em homenagem ao ator. Em volta dele, um bando de cidadãos tirando foto, filmando, fazendo barulho e apertando o espaço entre o ator e as flores. Ou seja, em vez de respeitarem o momento e largarem seus celulares e câmeras para rezarem ou simplesmente refletirem, as pessoas preferem ignorar o contexto das coisas e registrarem tudo. É como se todas estivessem pensando algo do tipo: “E daí que um homem morreu exatamente aqui e seu amigo está chorando chorando pela perda? Foda-se! Esse amigo é o Tyrese Gibson, uma estrela do cinema! Então vamos tirar fotos e guardar este momento … cof cof … lindo!”

Situações como essas não são difíceis de se presenciar nos dias de hoje, e se repetem constantemente em nosso cotidiano, em proporções e casos diferentes. Bilhões de pessoas que no seu dia-a-dia, preferem se conectar com suas máquinas do que dar atenção à presença de seus amigos, de seus familiares, ou da simples visão e apreciação de um momento bonito (ou triste também).

Me diga: Quantas pessoas você conhece que comem, dormem e usam o banheiro mexendo no telefone? Quantas pessoas você conhece que, na presença de uma conversa com os amigos ou familaires, está sempre teclando no celular ou no joguinho portátil? Quantas pessoas você conhece que vivem de programas que tratam da vida de celebridades, suas gafes e relações pessoais? Quantas cenas bonitas você já presenciou, em que a maioria prefere tirar fotos e filmar do que simplesmente olhar e apreciar o momento?

Se você ao tentar responder essas perguntas lembrou que você mesmo faz isso, não se preocupe. Eu também lembrei que eu faço. Você não é o vilão da história e nem eu. Somos todos vítimas de uma doença que nós e o mundo que escolhemos viver, alimentou por décadas. Mas ainda há cura, e ela é simples: Costume. É tudo uma questão de costume. Acostume-se a viver sem a máquina, pois seus antepassados já viveram (e muito bem) sem ela. Acostume-se ao fato de que celebridades não são deuses, mas sim, pessoas comuns cujo rosto e voz é conhecido por bastante gente (e só!). E se lembre que tem coisas que são muito legais de se fotografar, filmar e registrar com câmeras, mas tem outras que não. Tem outras coisas que devemos registrar apenas com a mente e o coração.

Você concorda com esta ideia? Não? Bom, comente e nos deixe saber qual é a sua opinião!

 
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Publicado por em dezembro 2, 2013 em Idéias e Opiniões

 

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